2009 está a ser um bom ano para o hip hop, apesar de por cá já não ser o género de que é “fixe” gostar. Eminem regressou após 5 anos de ausência aos álbuns de originais, Jay Z lançou “The Blueprint III”, os Beastie Boys reeditaram a sua obra-prima “Paul´s Boutique”, a estreia de Kid Cudi provou que ele é mais do que “Day ´n´Nite” , Speech Debelle tornou-se na primeira MC feminina a ganhar um Mercury Prize, Dizzee Rascal deslocou-se do grime e levou todos os singles lançados até agora do altamente antecipado “Tongue n Cheek” até ao numero um do top inglês. E Mos Def, após uma década não muito inspirada, lançou o muito bem recebido “The Ecstatic”.
Com a preciosa ajuda de uma mão cheia de talentosos produtores, entre os quais os Neptunes e o malogrado J Dilla, Mos Def criou um sucessor à altura do seu álbum de estreia, “Black on Both Sides”. E para isso foi necessário voltar a uma editora independente. Percebe-se porque: “The Ecstatic” é um risco. E ainda bem que Mos Def arriscou. Criou uma obra experimental, onde a parte lírica se alia perfeitamente à instrumental, numa densidade e diversidade de samples interessantíssima, que vão de diálogos a instrumentais vintage, que deixa o ouvinte ansioso e curioso sobre o que vai ouvir a seguir. Pena que a duração das daixas não prolongue o prazer de ouvir algumas delas e que o álbum ao final comece a perder o fulgor explosivo inicial.
“The Ecstatic” de certeza que vai morar na nossa cabeça durante muito, muito tempo. Claro que só o tempo o dirá, mais vai certamente ficar ao lado das obras primas do Hip Hop nova iorquino como “The Blueprint” de Jay Z, “Illmatic” de Nas e “Life after Death” de Notourious B.I.G. .
Nota: 4/5
Nota: 4/5